A edição deste mês da Revista Pensar Agro traz uma reportagem especial que está movimentando discussões técnicas e estratégicas no setor agrícola: a ascensão da agricultura regenerativa no Oriente Médio e Norte da África (região MENA), onde 82% do território é dominado por áreas desérticas.
Diferente dos países ocidentais, onde a prática é geralmente associada à redução das emissões de carbono, nos países do MENA o foco está em enfrentar a desertificação e ampliar a produtividade das lavouras. Trata-se de uma mudança de paradigma que tem despertado a atenção de pesquisadores, financiadores e produtores rurais em busca de modelos resilientes e economicamente viáveis de produção.
Segundo especialistas, essa abordagem vai além da sustentabilidade tradicional, apostando na recuperação ativa dos solos, na diversificação de cultivos, no uso mínimo de insumos químicos e na reconstrução dos ecossistemas agrícolas. A proposta é transformar áreas improdutivas em terras férteis, por meio de práticas como plantio direto, rotação de culturas, sistemas agroflorestais e pastoreio rotacionado.
O resultado? Sistemas mais produtivos, menos dependentes de químicos, mais resistentes a extremos climáticos e com ganhos ambientais de longo prazo. Além de melhorar a qualidade da água e aumentar a biodiversidade, essas práticas promovem o sequestro de carbono no solo, o que pode render créditos de carbono — um mercado ainda incipiente na região, mas promissor.
A reportagem especial também destaca os desafios para a expansão da agricultura regenerativa, como a falta de conhecimento técnico, resistência à mudança por parte de alguns produtores e limitações de acesso a bioinsumos e tecnologias adaptadas ao clima local. Ainda assim, iniciativas públicas e privadas vêm surgindo para acelerar essa transição e estimular a adoção em larga escala.
Confira na edição de julho da revista Pensar Agro (clique aqui) um panorama detalhado sobre como a agricultura regenerativa está transformando solos degradados em ativos produtivos — e o que o Brasil pode aprender com essa revolução silenciosa em meio ao deserto.
Fonte: Pensar Agro