Embrapa desenvolve tecnologia que usa satélites para monitorar pastagens

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Uma nova ferramenta de monitoramento remoto criada por cientistas brasileiros, com apoio da NASA, promete transformar a forma como o país avalia a produtividade de suas pastagens. Desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o sistema combina dados climáticos com imagens de satélites para estimar a quantidade de massa verde disponível em diferentes áreas de pecuária, com até 86% de precisão — sem a necessidade de visitas de campo.

O método foi testado ao longo de dois anos em áreas da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), abrangendo diferentes sistemas produtivos: desde o manejo extensivo até áreas integradas com lavoura. O diferencial da metodologia está na capacidade de diferenciar o material nutritivo — essencial para a alimentação do rebanho — do restante da vegetação seca ou degradada. Isso permite, por exemplo, que produtores ajustem o uso da terra em tempo real, respondendo com maior eficiência à variação climática ou a falhas de manejo.

Os dados são processados a partir de imagens dos satélites Landsat-8, operado pelos Estados Unidos, e Sentinel-2, da Agência Espacial Europeia, reunidos em uma base internacional de análise. Segundo os pesquisadores, o modelo teve melhor desempenho em áreas de pasto extensivo, mas mostrou resultados consistentes em todos os contextos testados, o que abre caminho para sua aplicação em larga escala.

Além dos benefícios diretos à gestão das fazendas, a Embrapa avalia que a nova tecnologia pode subsidiar programas públicos voltados à recuperação de pastagens degradadas. O Brasil possui mais de 113 milhões de hectares dedicados à atividade, e grande parte enfrenta algum grau de desgaste. A expectativa institucional é de que sistemas integrados de produção, como lavoura-pecuária, saltem dos atuais 17 milhões para 30 milhões de hectares até 2030 — meta que depende de um monitoramento mais eficiente e preciso da capacidade forrageira.

A plataforma também pode auxiliar na construção de indicadores para políticas climáticas e de sustentabilidade no setor agropecuário, sobretudo diante das exigências crescentes de rastreabilidade e conservação ambiental nos mercados internacionais.





Fonte: Pensar Agro

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